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Abertura dos Festejos Juninos

No dia 27 de abril de 2014 aconteceu em frente a Associação Nação Iracema a aberturas dos festejos juninos da associação com apresentação da Banda Guerreiros do Nordeste. Leia Mais.

25 dias de Fifa Fan Fest de Fortaleza trazem forró, axé, samba e sertanejo

Confira a lista de shows que ocorrem entre 12 de junho e 13 de julho.Evento será uma segunda arena para ver os jogos. Leia Mais.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Currículo criativo


Em primeiro lugar há, já de alguns anos atrás, a tendência para currículos diferentes dos habituais feitos em folha A4 com fonte Times New Roman. Vídeos, blogs pessoais, Linkedin, etc são a bola da vez. Porém, há ainda erros grotescos nos currículos – independente do formado.
Querendo ou não todos somos vendedores, de produtos ou ideias. Sempre estamos vendendo algo direta ou indiretamente. O currículo é uma venda, é uma forma de venda. Entretanto, acredito que deva ser uma venda velada, ou melhor, uma não venda. Penso que o currículo deva mostrar quem é o Sr. Fulano de Tal. O que ele faz, o que gosta de fazer, o que sabe fazer de melhor, o que já fez de melhor, o que pretende fazer. E o currículo deve mostrar o Fulano em seu lado pessoal e profissional – guardada as devidas proporções e as devidas coerências nas informações apresentadas.
O currículo A4 tradicional deve apresentar características verídicas e relevantes, e o que é transcendental entra no currículo criativo. Em um vídeo, por exemplo, pode-se conhecer mais da pessoa em seu lado ”artístico de venda”, e pode se conhecer mais do lado pessoal de um indivíduo – o que pensa, como pensa, o gosta de fazer nas horas vagas, como se comporta, o que lê, o que vê, pôr o que se interessa, em um blog ou Facebook.
Não existem regras de como confeccionar um currículo, mas há questões que são primordiais: Erros de português nunca. Mentir jamais. Ser generalista (Como objetivo pessoal colocar por exemplo: ganhar dinheiro, ser famoso, etc) é pecado. A análise de um currículo também vai depender da vaga, da empresa e do avaliador. O negócio então é ficar antenado as tendências e caprichar na apresentação pessoal. E nunca prometer o que não pode ser cumprido.
Dica final para currículos tradicionais:
1º Salve o CV em PDF pois facilita a leitura e evita possíveis distorções.
2º Geralmente o banco de currículos de um recrutador terá milhares de arquivos (currículos) onde o nome do arquivo será: Currículo atualizado, Curriculum Vitae, CV NOVO, Currículo. Então, o bom é escrever o teu nome no nome do arquivo. É algo simples mas já te destaca no meio de milhares de currículos.
3º Coloque uma foto. Quando o avaliador vê o currículo parece que vê a pessoa, e quando ela entra na empresa já se sabe quem é aquele rosto.
4º Mantenha o currículo atualizado.
(Em uma seleção) 5º Nunca trade um avaliador como um grande e velho amigo, isso força a barra e pode pegar mais pra ti.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

IV Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente reunirá alunos de escolas públicas e privadas do Brasil

Com o tema "Vamos Cuidar do Brasil com Escolas Sustentáveis”, a IV Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA) tem o objetivo de fortalecer a cidadania ambiental nas escolas e comunidades, promover espaços educadores sustentáveis e apresentar propostas para políticas públicas, por meio de uma educação crítica, participativa, democrática e transformadora. O debate nas escolas já iniciou e segue até 31 de agosto. A etapa nacional da conferência acontecerá de 25 a 29 de novembro, em Brasília.
Promovido pelo Ministério da Educação (MEC), em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a IV CNIJMA é destinada ao público das escolas do Ensino Fundamental, públicas e privadas, urbanas e rurais, da rede estadual ou municipal. Também das escolas de comunidades indígenas, quilombolas e de assentamento rural.
A IV Conferência Nacional Infantojuvenil trabalhará a temática de escolas sustentáveis a partir dos projetos de ação selecionados na etapa estadual, utilizando metodologias participativas, por meio de encontros e diálogos. Após as conferências nas escolas, realizadas até 31 de agosto, acontecerá a fase municipal ou regional, que tem prazo até 6 de outubro. Depois ocorre a fase estadual, que é obrigatória, até 25 de outubro, culminando na etapa nacional, de 25 a 29 de novembro.
O diretor do Departamento de Educação Ambiental do MMA, Nilo Diniz, reforça a importância das etapas preparatórias, que antecedem à nacional. "Os alunos vão discutir projetos para tornar as escolas mais sustentáveis. Na fase nacional, eles trazem essas experiências vivenciadas nas escolas e discutidas nos estados, que devem inspirar propostas ao governo federal”, explica.
Cerca de 700 alunos de 11 a 14 anos serão eleitos delegados que representarão todos os estados na etapa nacional, sendo asseguradas 81 vagas para estudantes de assentamentos rurais, comunidades quilombolas e populações indígenas.
Parceria
A quarta edição da Conferência Infantojuvenil pelo Meio Ambiente começou a ser articulada durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, ocorrida em 2012.
Em abril, o MEC realizou uma webconferência preparatória junto a diversos professores e gestores de todo o país, com a participação do MMA. O encontro foi aberto pela professora Macaé Maria Evaristo dos Santos, secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI/MEC).
Em outubro deste ano acontece também a 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente, que vai tratar da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Um tema atual que envolve a participação de todos na gestão e descarte correto do lixo. "Neste ano, todo o país debaterá a política de meio ambiente, inclusive as crianças e os jovens”, conclui Diniz.
Mais informações sobre o evento, clique aqui.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente

III Festival Nacional de Viola


Quem gosta de boa música no estilo viola pode se preparar. Vem aí o III Festival Nacional de Viola de Cruzeiro dos Peixotos (FeNaCruPe). As inscrições já estão abertas e vão até o dia 12 de maio. O festival acontece nos dias 27, 28 e 29 de junho e além da música, os participantes ainda terão a oportunidade de saborear comidas típicas, conhecer e se encantar com o artesanato da região e outros entretenimentos.
Cruzeiro dos Peixotos é um dos distritos que guarda parte da memória de Uberlândia. Ali nasceram e foram criados dois cantores que representam o ícone da chamada “moda de viola”: Pena Branca e Xavantinho. Uma dupla que contribuiu para a difusão cultural em todos os cantos do país e também no exterior. Um dos objetivos de produzir o festival em Cruzeiro dos Peixotos é o de homenagear a dupla e, consequentemente, o distrito.
Uma das novidades do III FeNaCrupe é a construção do primeiro Memorial da Viola Caipira, na rua Belizário Dias, em frente a igreja matriz. Este festival é realizado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com a produção da Viola de Nóis Produções e tem o apoio da Prefeitura Municipal de Uberlândia, através da Secretaria de Cultura, Rádio Web Viola Viva, Associação de Moradores e Moradoras do Distrito de Cruzeiro dos Peixotos.
Independente do gênero ou estilo musical, a Viola é considerada o instrumento de expressão das músicas apresentadas no III FeNaCruPe. Em virtude disso, os organizadores acreditam que é fundamental incentivar a atual produção musical independente executada com a viola de dez cordas, já que hoje ela é um dos instrumentos de maior importância e reverência no Brasil.
O evento pretende expandir e demonstrar para Uberlândia e região a riqueza da cultura popular brasileira com utilização do genuíno instrumento, a viola.
Premiações:
Os participantes vão receber premiações que variam de acordo com a categoria:
Vocal:
1º lugar: R$3 mil
2º lugar: R$2 mil
3º lugar: R$1 mil
Instrumental:
1º lugar: R$2 mil
Para as categorias aclamação pública, melhor composição, melhor intérprete, tradição, o prêmio será de R$1 mil para cada uma.
Mais informações podem ser obtidas pelo site www.fenacrupe.com.br ou via email fenacrupe@fenacrupe.com.br ou pelos telefones (34) 3214-6005 e 9192-2255.

sábado, 20 de abril de 2013

Chefes de Estado e delegações de dezenas de países assistem cerimônia de posse do presidente Nicolás Maduro

Delegações diplomáticas de mais de 50 países, incluindo 33 nações da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e 12 Estados parte da União das Nações sul-americanas (Unasul), confirmaram presença na cerimônia de posse de Nicolás Maduro, como presidente constitucional da Venezuela, nesta sexta-feira ultima (19), na Assembleia Nacional, em Caracas. A cerimônia está prevista para acontecer às 13h horário local (17h30 GMT).
Jorge Arreaza, vice-presidente executivo do país, também confirmou a presença de 17 chefes de Estado e de Governo, entre eles oito presidentes dos países da Unasul. Os governantes que encabeçam as delegações são da Argentina, Brasil, Equador, Nicarágua, Bolívia, Uruguai, Honduras, República Dominicana, San Vicente e Granadinas, Dominica, Haiti, Irã, Arábia Saudita, Qatar, China e Palestina. À cerimônia assistirão ainda líderes da Europa, Ásia, África e Oriente Médio, destacando o mandatário iraniano, Mahmud Ahmadinejad.
Depois do juramento, será realizado um desfile cívico-militar em Caracas para comemorar o 203º aniversário de 18 de abril de 1810, data na qual os venezuelanos deram o primeiro passo para sua independência. De acordo com anúncio do governo, também são esperadas concentrações populares nos arredores do Palácio Federal Legislativo no centro de Caracas.
Eleição presidencial pós Chávez
No último domingo (14) Nicolás Maduro, indicado como sucessor de Hugo Chávez – morto em 5 de março vítima de câncer -, venceu a eleição presidencial com estreita margem de vantagem, 50,78%, sobre Henrique Capriles quem obteve 48,95% dos votos. Devido à pequena diferença, o oposicionista Capriles se negou a reconhecer a vitória do chavista Maduro, e pediu a recontagem dos votos, alegando fraude. No entanto, observadores internacionais, entre eles a União Europeia e Unasul, que acompanharam o processo de votação na Venezuela, confirmaram que houve transparência nos procedimentos, descartando qualquer possibilidade de erros.
Apesar de a maioria da população venezuelana apoiar a Revolução Bolivariana e o governo socialista iniciado por Hugo Chávez há 14 anos, o país se encontra ‘polarizado’, o que facilitou o clima de tensão com o resultado da eleição presidencial. Diante deste cenário, vários países e organismos internacionais declararam seu respaldo e o reconhecimento à vitória de Nicolás Maduro, como parte de um processo democrático na Venezuela.
Ontem (18), mandatários dos países integrantes da Unasul participaram de uma reunião extraordinária em Lima, no Peru, onde analisaram a situação e, de forma unânime, deram seu respaldo à eleição de Maduro. Na cúpula de emergência encabeçada por Ollanta Humala, presidente do Peru, a Unasul também apoiou a recente decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela de auditar os 46% restantes das urnas, que ainda não foram auditadas. A legislação venezuelana determina que após cada processo eleitoral seja feita auditoria de 54% das mesas eleitorais.
Por sua vez, Nicolás Maduro, que concorda com a recontagem dos votos, agradeceu o apoio dos governos, da Unasul, do Movimento de Países não Alienados (Mnoal), organização formada por 120 nações, e da Organização de Estados Americanos (OEA).
Nicolás Maduro: ‘Não sou Chávez, mas sou seu filho’
Nicolás Maduro Moros nasceu em 23 de novembro de 1962 em Caracas, foi condutor de metrô e iniciou sua vida pública como dirigente sindical de sua categoria. Acompanhou o revolucionário Hugo Chávez Frías desde a tentativa de golpe em 1992 e desde então se manteve fiel ao lado do líder bolivariano, sendo o político de confiança e mais próximo de Chávez durante toda sua vida política.
De 1999 a 2006, Maduro foi deputado e presidente da Assembleia Nacional. Em seguida, de 2006 a 2012, exerceu a função de ministro de Relações Exteriores da Venezuela. Com o agravamento da saúde de Hugo Chávez, quem enfrentava um tratamento contra o câncer desde 2011, Nicolás Maduro chegou ao cargo de vice-presidente do país em 2012/2013, assumindo a função de presidente interino do país nos primeiros meses de 2013 quando Chávez se ausentou do poder para realizar cirurgias em Cuba, na fase mais crítica do tratamento, que acabou com sua morte em 5 de março.
Em 14 de abril, pouco mais de um mês da morte de Hugo Chávez, e depois de 10 dias de campanha eleitoral, Maduro foi eleito como presidente do país. Segundo especialistas, o atual presidente eleito terá como principais desafios lidar com a uma sociedade polarizada, com os problemas econômicos do país e com a questão da insegurança.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Saúde e tecnologia. A busca da imortalidade. Entrevista especial com Luis David Castiel


IHU - Unisinos
Instituto Humanitas Unisinos
Adital
Segunda, 15 de abril de 2013
"A saúde é uma condição desejada, mas que também se apresenta como um estado prescrito, uma posição ideológica e a instituição de preceitos morais”, diz o médico.

Confira a entrevista. 


Apesar de os avanços tecnológicos serem visíveis nas práticas biomédicas, é importante "referir que há uma sedução específica das tecnologias de aprimoramento como instrumentos para supostamente produzir um projeto humano melhor para a humanidade”, adverte Luis David Castiel em entrevista concedida à IHU On-Line por e-mail.
Segundo ele, na tentativa de controlar a vida, estamos vivendo "sob o regime da ética utilitarista onde todo o indivíduo tem direito a seus próprios prazeres e benefícios, arcando com seus custos. Há indícios que mostram a coexistência da responsabilidade pessoal com o consumo das tecnologias de aprimoramento em um contexto de riscos e incertezas. Assim, isso demanda que cada um deva ser planejador e gerente de sua vida (e, claro, de sua saúde) de maneira que, pelo menos em parte, devemos idealmente ser todos responsáveis pelo sucesso ou fracasso na vida”.
O uso das tecnologias na área da saúde, assinala, tem aspectos negativos e positivos, pois "não necessariamente se sujeitam ao que queremos que façam, até porque interferem com nossa subjetividade”. E acrescenta: "Mesmo correndo o risco de exagerar e cair numa caricatura, em muitos casos, parece que, para deixar seu mau estilo de vida, as pessoas podem ter de passar por um processo de conversão de um estado pecaminoso para um virtuoso, em busca de se redimir de suas falhas e fraquezas morais e se tornar outra pessoa – melhor”.
Luis David Castiel é graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, mestre Medicina Comunitária pela University of London, doutor em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz, e pós-doutor pelo Departamento de Enfermeria Comunitaria, Saúde Pública y Historia de la Ciencia da Universidade de Alicante, da Espanha. É pesquisador titular do Departamento de Epidemiología e Métodos Quantitativos em Saúde, Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz. É professor permanente do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública e do Programa de Pós-graduação de Epidemiologia em Saúde Pública.
Castiel (foto) estará hoje, 15-04-2013, no Instituto Humanitas Unisinos – IHU, às 17h, ministrando a palestra "Como restringir seu apetite naturalmente – Os riscos e a promoção do autocontrole na saúde alimentar." O evento integra o I Seminário em preparação ao XIV Simpósio Internacional IHU a ser realizado em outubro de 2014.
Confira a entrevista.
IHU On-Line - Desde quando e por que a saúde passou a ser vista como um "produto de compra e venda”?
Luis David Castiel - Antes de tudo, cabe caracterizar que o termo "saúde” está repleto de complexidades que envolvem juízos de valor, hierarquias e pressupostos não explicitados. Na situação em foco, em termos esquemáticos, trata-se de encarar a saúde como mercadoria/serviço que se produz e se consome historicamente de diversas formas através de diferentes agentes, práticas e instituições públicas e privadas no âmbito da evolução mais recente do capitalismo. Nesse caso, importa especificar que o contexto atual do campo da saúde está marcado, seguindo a pesquisadora holandesa Annemarie Mol, pelas questões geradas pela tensão entre a lógica da escolha do consumidor e a lógica do cuidado de quem adoece, em tempos de neoliberalismo, ciência empiricista, práticas de gestão racional e eficácia instrumental. Para ela, tal tensão entre a lógica do cuidado e a lógica da escolha do paciente como consumidor se situa dentro do cânone neoliberal do direito supostamente autônomo de decidir e a liberdade de escolha no mercado quanto ao que consumir em nome da saúde.
IHU On-Line - O senhor afirmou recentemente que a saúde está se tornando o local de uma nova moralidade. Pode nos explicar essa ideia?
Luis David Castiel - A saúde é uma condição desejada, mas que também se apresenta como um estado prescrito, uma posição ideológica e a instituição de preceitos morais. Como exemplificaJonathan Metzl, estes aspectos são passíveis de se apresentar, por exemplo, quando vemos alguém fumando um cigarro e assumimos o julgamento consagrado médica e epidemiologicamente de que "fumar faz mal à saúde". Isto se pode vir também acompanhado de outro juízo: "quem fuma pode não ser uma boa pessoa". Isso porque, mesmo sabendo que faz mal, não consegue escolher o correto para ela - que é parar de fumar. A partir daí, pode-se atribuir esta recalcitrância a alguma fraqueza de caráter, falta de força de vontade. Ou mesmo uma vez que se estabelece que o fumante sofre de um transtorno de adicção, deve ser tratado medicamente com antidepressivos específicos.
Sem considerar situações importantes de falta de opções à atenção de saúde ou formas restringidas por planos de saúde, as decisões que as pessoas que podem atuar como agentes consumidores tomam em relação às formas de levarem suas vidas em termos de saúde, hoje, em dia devem levar em conta sua liberdade de escolha e seu direito de decidir livremente no mercado – mas satisfazendo as premissas de a) poder atuar como agentes de consumo supostamente autônomos; e b) tomar decisões bem informadas pelos conhecimentos científicos disponíveis no sentido de manter a saúde e, mais adiante, a longevidade com vitalidade.
Seguindo o raciocínio anterior de Annemarie Mol, importa enfatizar que a lógica do consumidor simplifica a relação entre fins e meios. Se você escolher para onde ir e tiver condição de compra, as tecnologias são capazes de levá-lo a um lugar tecnologicamente definido. Para o bem e para o mal. Isso porque as tecnologias podem ser estranhas, pois não necessariamente se sujeitam ao que queremos que façam, até porque interferem com nossa subjetividade. Mesmo correndo o risco de exagerar e cair numa caricatura, em muitos casos, parece que para deixar seu mau estilo de vida, a pessoas pode ter de passar por um processo de conversão de um estado pecaminoso para um virtuoso, em busca de se redimir de suas falhas e fraquezas morais e se tornar outra pessoa - melhor...
Na lógica do consumidor, a boa decisão depende do balanço adequado de custos e benefícios dos cursos de ação – dentro de um modelo contábil, racional, calculável de prós e contras, ganhos e perdas. Na lógica do cuidado, o balanço é importante, mas não como custos e benefícios a partir de variáveis fixadas, controláveis, pois, em certa medida, neste caso, as variáveis são variáveis, não exatamente controláveis para cada caso. Algo acontece para além da planilha das contabilidades da saúde. Pergunta do lado da lógica do cuidado: como incluir tratamentos escolhidos criteriosamente para sua vida cotidiana particular sem afetar (muito) outras coisas que são particularmente singulares e importantes para cada pessoa? Ou será que o que realmente importa para cada um sofre inapelavelmente a influência poderosa dos valores da cultura contabilista racional dominante? É difícil responder a estas indagações. Mas elas se colocam se considerarmos que na lógica do consumidor, escolher implica que há responsáveis pela escolha, ou seja, existe a possibilidade de culpabilização pela falha - há uma esfera moral conjugada a ela. Já a lógica do cuidado não impõe culpa, convoca à dedicação insistente; a ação não provém de uma decisão moral. E importante: a lógica do cuidado não possui esfera moral separada.

IHU On-Line - Hoje se fala muito em propostas de prevenção à saúde, como alimentação saudável, prática de exercícios etc. Trata-se de uma boa maneira de evitar problemas de saúde futuros ou tais propostas apenas alimentam uma lógica mercantilista de saúde?
Luis David Castiel - Diante da pergunta formulada, creio que uma forma de conduzir a resposta para um rumo consequente é enfocar a questão crucial para a ideia de saúde que é posta pela nossa finitude. Segundo Zygmunt Bauman, as preocupações com longevidade e imortalidade são sintomas do medo primordial da morte como manifestações do espírito da época e que servem à mercadorização deste medo. Simplificadamente, as estratégias conhecidas para que se lide com o conhecimento da finitude seriam: a) construir pontes entre vida e morte através da promessa de vida eterna da alma; b)encenação cotidiana de mortes de pessoas desconhecidas (banalização), perdas dolorosas de pessoas próximas (com variação de vínculos afetivos) e, também há a morte metafórica pela separação amorosa; e c) mudança do o foco da atenção para vigilância e controle das causas de morte (riscos) e consumo de práticas que acenam para a longevidade que aparentemente parecem garantir mais tempo de vida terrena, que vamos nos deter.
Para além das fórmulas consideradas não racionais de vida celestial (pela virtude, através da alma imortal), de permanecer para a ‘posteridade’ (fama individual) – por atos heroicos ou reconhecimento público de outra ordem, agora existem narrativas morais que indicam que a razão tecnocientífica e o mercado poderão adiar o sofrimento e a morte ou, mesmo, nos salvar. A morte é desconstruída, sintonizada com o espírito da modernidade através da fatorização e vigilância constante em busca da prevenção integral dos riscos. Missão que tende a falhar diante dos seus inevitáveis limites - não é possível a prevenção efetiva de todos os riscos que possam vir a nos afetar. Possivelmente, nem mesmo de grande parte deles. Talvez, quem sabe, segundo alguns visionários, em um futuro não tão distante, seja possível que a tecnologia permita que nos fusionemos com artefatos e tecnologias de inteligência artificial e assim alcancemos uma peculiar forma de imortalidade... Claro, desde que possamos arcar com os custos deste empreendimento.
IHU On-Line - Quais os desafios postos à área da saúde diante da revolução tecnológica? Diante da revolução tecnológica, quais os ganhos e perdas para a área da saúde? Quais são as potencialidades e riscos da tecnociência contemporânea?
Luis David Castiel - No campo da saúde, são obviamente inegáveis as vantagens dos avanços tecnológicos nas práticas biomédicas. Em termos sintéticos, os recursos diagnósticos, clínicos, cirúrgicos e terapêuticos disponíveis são impressionantes e garantem efeitos benéficos para aqueles que têm acesso a eles.
Mas considero importante dizer que há uma sedução específica das tecnologias de aprimoramento (por exemplo, através da engenharia genômica, da farmacologia, das cirurgias plásticas, das neurociências) como instrumentos para supostamente produzir um projeto humano melhor para a humanidade. Mas qual seria este projeto? Os que tentam ocupar o lugar de consumidores têm a tendência de se ver situados como gestores de projetos de vida que são configurados, organizados, escolhidos, comparados com outros projetos e, enfim, devem ser vividos em sua imaginada plenitude em termos de autossatisfação. Isso talvez até seja uma possibilidade de interpretação realista quanto ao real significado subjacente à expressão popular "correr atrás do seu sonho”...
Estamos sob o regime da ética utilitarista, onde todo o indivíduo tem direito a seus próprios prazeres e benefícios, arcando com seus custos. Há indícios que mostram a coexistência da responsabilidade pessoal com o consumo das tecnologias de aprimoramento em um contexto de riscos e incertezas. Assim, isto demanda que supostamente cada um que possa deva ser planejador e gerente de sua vida (e, claro, de sua saúde) de maneira que, pelo menos em parte, devemos idealmente todos ser responsáveis pelo sucesso ou fracasso na vida (e na extensão de nossas vidas). Algo que pode trazer um grande peso cotidiano sobre as costas de cada um de todos nós e, eventualmente, consideráveis doses de mal estar para serem geridas ao longo da vida.
IHU On-Line - Em entrevista recente, o senhor disse que o papel mais importante da saúde pública é enfrentar e criticar o poder econômico altamente concentrado sob a forma de corporações que produzem medicamentos, equipamentos e alimentos. Como mudar essa lógica?
Luis David Castiel - Essa é uma pergunta que não cessa de se apresentar, muitas vezes trazendo implicitamente as enormes dificuldades de escapar desta lógica hegemônica. Em termos populares, representada pela expressão: "é assim e não tem jeito”. Para poder encaminhar a resposta diante das dificuldades de pensar em alternativas, vamos partir de um comentário do psicanalista e filósofo S. Zizek quando diz que, a rigor, dentro desta lógica temos pouquíssimas escolhas e que nossas sociedades nunca foram mais fechadas nelas mesmas do que hoje. Somos assediados com escolhas a (nos) consumir o tempo todo. Mas, na verdade, temos pouquíssimas opções reais. O cardápio está definido e não há alternativas fora dele. É pegar ou largar. Diante de nós, vale repetir, o grande modelo é o do sujeito liberal que se interessa por sua autossatisfação, que deve ser acompanhada por uma conduta de pura sobrevivência, sem qualquer senso de compromisso histórico. Neste momento, se coloca a necessidade de confrontar as obscenidades e cinismos naturalizados deste capitalismo global que se transformou na realidade que nos rodeia e define nossas categorias de análise, além de influenciar nossa subjetividade. Então, aqui, importa pensar numa transformação da imaginação ético-política. Um empenho neste sentido é o de politizar a ética de modo a problematizar e procurar reduzir o vigor naturalizante da padronização normativa dual hegemônica que gera uma tensão paradoxal entre poderosas demandas e pressões no sentido dos imperativos das exigências de autossatisfação pré-moldada. E, ao mesmo tempo, tendo que lidar com a insistência das múltiplas narrativas de autocontrole, moderação, restrição - que sustentam o "sonho-meta” da ampliação ao máximo que as tecnologias podem proporcionar atualmente em busca da longevidade com vitalidade. Infelizmente, esta expectativa aumenta consideravelmente os teores cotidianos de ansiedade a este respeito. Paradoxo revelado com senso de humor por Woody Allen: "você pode viver para chegar aos cem anos se você desistir de todas as coisas que fizeram você querer viver até os cem anos.”

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Livro traz reflexão sobre desafios da saúde no Brasil


Agência FAPESP – Os desafios da atual década na área da saúde no Brasil são esmiuçados no livro ASaúde no Brasil em 2021, lançado recentemente pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), em parceria com a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).
A obra reproduz as palestras e debates ocorridos durante o fórum internacional “Saúde em 2021”, realizado pela SPDM em 2011, com o objetivo de avaliar os desafios do sistema de saúde no Brasil.
Líderes e formadores de opinião das áreas de educação e saúde participaram do fórum e figuram entre os autores de artigos do livro, dividido em capítulos como “O Brasil no mundo”, “O sistema de saúde brasileiro”, “Perfis e necessidade de profissionais” e “A Ética”.
O presidente da FAPESP, Celso Lafer, assina o texto Percepção faz parte da realidade, em um capítulo composto também por textos dos ex-ministros Rubens Ricupero e Henrique Meirelles, entre outros. Em sua exposição, Lafer aponta que a saúde representou 27,61% dos gastos totais da FAPESP em 2010. “Em números absolutos, a saúde é a maior destinatária hoje dos recursos concedidos pela FAPESP”, disse.Vários autores mencionaram os desafios impostos pelo envelhecimento da população brasileira. “O Brasil corre o risco de ter todos os problemas de uma economia de saúde de país rico e envelhecido, superpostos e somados aos problemas de um país pobre e atrasado”, escreve Ricupero no texto intitulado O pior dos dois mundos.
“O envelhecimento recente e muito rápido da população brasileira já vem acarretando uma transformação epidemiológica profunda e, provavelmente, vai constituir nas próximas quatro décadas, se não o principal, um dos principais desafios da medicina, da política e da economia de saúde”, disse.

Concurso Universitário de Fotografia


Com o objetivo de revelar jovens talentos da fotografia brasileira, a revista Fotografe Melhor e a Canon promovem uma nova edição do Concurso Universitário Canon-Fotografe. Os interessados devem enviar até três fotos relacionadas ao tema “Meu olhar sobre o Brasil”. O Concurso Universitário de Fotografia tem caráter exclusivamente cultural, não havendo qualquer modalidade de sorteio ou pagamento por parte dos participantes. É aberto a fotógrafos amadores e profissionais, brasileiros ou estrangeiros residentes emterritório nacional, de todas as idades, desde que sejam universitários e comprovem esta condição.
Menores de 18 anos somente poderão participar devidamente representados por seus pais ou responsáveis, mediante documento escrito.
O tema geral do Concurso Universitário é: “Meu olhar sobre o Brasil”.
Somente serão válidas fotografias feitas em território nacional.
O encaminhamento das fotos deverá ser feito até o dia 15/07/2013, valendo como comprovante o carimbo dos Correios.
Para saber sobre o regulamento, prêmios e inscrições clique aqui.