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Abertura dos Festejos Juninos

No dia 27 de abril de 2014 aconteceu em frente a Associação Nação Iracema a aberturas dos festejos juninos da associação com apresentação da Banda Guerreiros do Nordeste. Leia Mais.

25 dias de Fifa Fan Fest de Fortaleza trazem forró, axé, samba e sertanejo

Confira a lista de shows que ocorrem entre 12 de junho e 13 de julho.Evento será uma segunda arena para ver os jogos. Leia Mais.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Bateria no Aquário ?!

Aquário

Nome genérico de dispositivos usados para controle do som de baterias acústicas. Em geral, é formado por placas de acrílico transparente (daí o nome) com revestimento absorvedor internamente, de forma a reduzir/controlar o volume total de som produzido pelo instrumento.








Também pode definir o local, em um estúdio, onde ficam os músicos. O nome, nesse caso, vem das janelas acusticamente isoladas que separam os músicos da sala técnica, onde ficam os equipamentos de gravação. Em alguns estúdios, há vários aquários, sendo que os músicos ficam em um, baterista em outro, cantores em outro, etc.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Ferro de passar conceito ajusta a pressão conforme necessidade

O designer Chou Hyemin projetou um ferro de passar dos sonhos. Sabe aquelas partes das roupas quase impossíveis de serem domadas, como a gola ou punhos? O Easy Iron promete facilitar sua vida, sendo mais fácil de manobrar na hora de cuidar desses vincos que exigem pressão extra.



Protótipo do Easy Iron (Foto: Reprodução/Yanko Design)O que difere o Easy Iron dos outros ferros de passar comuns é sua base, que se divide em duas e pode ser erguida, fazendo com que o ferro entre nas partes mais complicadas das suas roupas.

Infelizmente, o Easy Iron ainda é um protótipo, mas você já pode dar uma olhada no desenho abaixo e ter uma ideia de como ele será.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Rihanna sofre preconceito em Portugal e desabafa no twitter

A cantora Rihanna publicou no Twitter, neste domingo, 18, sua indignação por ter sido atacada verbalmente por um homem racista no hotel em que estava hospedada em Lisboa, Portugal.


"Eu acabei de conhecer o idiota mais racista!!! Ele falou as maiores merdas sobre negras, nos chamou de cachorras, prostitutas, que não somos parecidas com ele e não deveríamos estar no mesmo hotel.. sem palavras!", escreveu.

Rihanna que esteve em Portugal para a apresentação da turnê “Loud”, ficou bastante nervosa e revidou as ofensas. "A #NEGRA baixou em mim, com sotaque e tudo! Risos! Acontece que o gerente do hotel era negro também!", disse. As informações são da Folha.com.

Arquidiocese de Fortaleza ordena 14 novos padres

A Arquidiocese de Fortaleza realiza no dia 22 de dezembro, às 18h30, a ordenação de 14 novos padres. A cerimônia, que sacramenta a dedicação de uma vida ao sacerdócio, será coordenada pelo arcebispo de Fortaleza, dom José Antônio Aparecido Tosi Marques, e faz parte dos eventos de comemoração dos 33 anos da Catedral Metropolitana de Fortaleza, local onde acontece a solenidade.

Durante a manhã do dia 22, a Arquidiocese promove encontro de padres do Estado, também na Catedral Metropolitana. Na pauta da reunião, está a preparação das entidades cristãs da Capital para o aniversário de 100 anos da Arquidiocese, a ser celebrado em 2015.

Iniciativa

Para o assessor da Arquidiocese de Fortaleza, padre Gilson Soares, a ordenação demonstra um gradativo retorno dos cearenses ao sacerdócio. "Graças ao ótimo trabalho missionário e de entidades ligadas à família que realizamos em comunidades da Capital e do Interior, nossos seminários estão cada vez mais cheios", declara.

Maria e Francisco são os nomes mais usados no Ceará

Kellyanne Pinheiro


Nomes com origem ou ligação religiosas são os mais usados para registrar as pessoas no Ceará. A afirmação é baseada em uma pesquisa que fez um levantamento em aproximadamente 165 milhões de CPFs em todo o Brasil e apurou os 50 nomes mais utilizados no País. No nosso Estado "Maria " lidera o ranking, com mais de 1 milhão de registros. Em seguida vêm Francisco , com 500 mil, e José com quase 420 mil.

A pesquisa foi baseada em 3.582,872 registros de CPFs no Estado, de um total populacional de quase nove milhões de habitantes. O trabalho foi feito pela proScore, Bureau de Informação e Análise de Crédito.

Especialistas ouvidos pelo Diário do Nordeste Online indicam que os nomes usados pelos pais para registrar os filhos variam de acordo com a época vivida e com a devoção aos santos do catolicismo, por exemplo. No Ceará, com a forte devoção a São Francisco de Assis em Canindé e ao padre Cícero Romão Batista em Juazeiro do Norte, os nomes também acabam se propagando pelos cartórios.

"Escolha depende da época", diz professora

De acordo com a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFC, Maria Neyára de Oliveira Araújo, a escolha dos nomes depende muito da época vivida. "É comum ver nas pessoas idosas nomes bíblicos. Já nos adultos, que nasceram na década de 1980 e 1990, nomes tidos da 'moda'. E, nas crianças de até 10 anos, por exemplo, notamos a reutilização dos nomes religiosos", informa.

Segundo Neyára, com o crescimento dos meios de comunicação e o acesso mais fácil da população as informações, os nomes de artistas e celebridades podem ser notados em boa parte dos jovens entre 18 a 24 anos, período que ingressam nas faculdades. "Nomes como Michael e Raísa são bastante comuns na lista de presença", diz.

"Igreja Católica exerce forte influência", afirma o professor Pinheiro

Para o doutor em História e secretário de Cultura do Ceará, professor Francisco José Pinheiro, há uma forte influência da Igreja Católica para a escolha dos nomes das pessoas no Ceará. "Dependendo da Região, nomes como Franscico e Cícero são muitos usados, devido a devoção do povo aos santos São Francisco de Assis e Padre Cícero", explica.

Com o advento das mídias, a partir dos anos 1980, ocorre um novo fenômeno para a escolha dos nomes baseado na moda, ou seja, as celebridades da televisão são tidas como referência para a escolha. "A televisão, com sua forte influência, dita o que é legal, até mesmo não sendo", comenta Pinheiro.

Do modo geral, na visão do professor, os pais se espalhem em três fatores para a escolha dos nomes de seus filhos: religiosidade, mídia e amor aos ídolos. "Quem é fã do Roberto Carlos, por exemplo, é provável homenageá-lo colocando o seu nome em seu filho", diz

Pelo fim da impunidade, AI pede que crimes cometidos por policiais e militares sejam julgados em tribunais ordinários

Natasha Pitts
Jornalista da Adital
Adital
A Anistia Internacional (AI) está fazendo um apelo ao governo chileno para que modifique sua legislação. A intenção é que as denúncias de violações de direitos humanos cometidas por policiais ou integrantes das Forças Armadas sejam investigadas por tribunais ordinários e não por um tribunal militar. O pedido se faz no contexto do caso referente ao assassinato do jovem mapuche Matías Catrileo, cometido no dia 3 de janeiro de 2008 por um oficial da Polícia.

A organização de direitos humanos decidiu se manifestar após a liberação da sentença da Corte Suprema, no último dia 15. Na ocasião, o pedido de ampliação da pena foi negado, tendo sido mantida a sentença militar, que deu ao oficial três anos e um dia de prisão com o benefício da liberdade vigiada.

"É essencial que esse tipo de caso seja investigado de maneira independente e imparcial, que o julgamento tenha os padrões de um devido processo para todas as partes envolvidas, e que a pena estabelecida para os que resultem responsáveis seja proporcional ao delito cometido, sem que existam regras especiais ou menos pesadas para o foro militar”, manifestou Ana Piquer, Diretora Executiva da AI - Chile.


Anistia Internacional relembra que há alguns anos os julgamentos militares eram conhecidos pela falta de imparcialidade na hora de julgar as violações cometidas por membros do Exército e da Polícia. Para evitar o abrandamento de penas e a proteção dos infratores, AI junto a movimentos de DH e organismos internacionais pressionaram para que não houvesse distinção e todos os tipos de abusos fossem julgados por tribunais ordinários.

Em dezembro de 2010, cumprindo exigência feita pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em 2005, o governo chileno promoveu modificações na Justiça Militar para limitar sua jurisdição ao julgamento de militares acusados unicamente de crimes militares. Apesar da iniciativa, a reforma foi considerada insuficiente e incompleta, situação que dá abertura à impunidade.

"As forças de segurança do Chile têm a obrigação de manter a ordem pública, mas devem fazê-lo cumprindo a todo o momento as normas internacionais de direitos humanos relativas ao uso da força”, afirmou Ana Piquer, reforçando que toda denúncia de abuso deve ser investigada até o fim e os responsáveis deverão obrigatoriamente se apresentar à justiça.

Entenda o caso


No dia 3 de janeiro de 2008, quando participava da ocupação de um terreno na região de Araucanía, o estudante universitário mapuche Matías Valentín Catrileo Quezada, de 22 anos, foi assassinado com um tiro pelas costas. A situação ocorreu quando integrantes das Forças Especiais de Carabineiros do Chile surpreenderam a ação. O tiro fatal partiu de um oficial da Polícia.

Ao descobrir a autoria do disparo, um Promotor Militar solicitou pena de dez anos de reclusão, contudo, pouco tempo depois a Corte Marcial de Valdivia condenou o oficial a três anos e um dia de prisão e com o benefício de liberdade vigiada. A família apelou à Corte Suprema com o intuito de reverter a situação, mas até o momento ainda não houve resposta.

domingo, 4 de dezembro de 2011

O SUS que se quer é o SUS constitucional’



Relatório da Câmara dos Deputados confirma que o investimento em saúde no Brasil é muito abaixo da média dos países com sistemas universais, um dos motivos que impedem a consolidação do SUS como está previsto na Constituição brasileira.

O gasto público com saúde no Brasil representa 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB). A média internacional, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é de 5,5%. O país está, portanto, investindo em saúde um terço a menos do que a média mundial. No total, considerando os investimentos públicos e privados, 8,4% do PIB vão para a saúde. Entretanto, 55% desse montante representa gastos privados e beneficia R$ 46 milhões de conveniados, enquanto os 45% restantes são públicos e favorecem todos os 190 milhões de brasileiros. Os dados mostram que há um desequilíbrio nessa balança: o SUS, que é universal, para todos, tem menos recursos do que os planos e seguros privados, que favorecem cerca de 24% da população brasileira. Esse diagnóstico está presente no relatório da subcomissão especial da Câmara dos Deputados destinada a tratar do financiamento, reestruturação da organização e funcionamento do SUS. O relatório, de autoria do deputado federal Rogério Carvalho (PT-SE), foi aprovado recentemente pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara e apresenta propostas para o problema do subfinanciamento do SUS e melhor funcionamento do Sistema.

"O mérito da tese e da proposta da Subcomissão é ter o SUS constitucional como ponto de partida e como ponto de chegada. Não se trata de plano ideal, significando utopia, mera fraseologia ou apego ao legalismo. SUS constitucional como ponto de partida significa que é por meio do texto constitucional que se constrói o sistema de saúde do Brasil. O direito à saúde é reconhecido, incorporado e exigido estatalmente, porque ali estão contidas quais são as bases que sustentam as ações e serviços de saúde. É a Constituição que diz que as ações e serviços de saúde são de acesso universal e igualitário, de relevância pública, visam reduzir riscos de doenças e outros agravos, integram uma rede regionalizada e hierarquizada, constituem um sistema único", pontua o relatório. O texto continua explicando por que o SUS constitucional é o ponto de chegada do relatório: "porque requer a realização do direito à saúde, ou seja, a sua integração ao vivenciar e agir dos cidadãos e agentes públicos na forma de direitos e deveres recíprocos, e ser introduzida como política de Estado mediante atuação do Governo. Ora, havendo bloqueios do processo de concretização do SUS por fatores políticos, econômicos e culturais, a reprodução do SUS constitucional não se realiza", alerta o documento.

O relatório traz diversos dados que comprovam o quanto o país está longe da realização do SUS constitucional. "Dados apresentados pelo Ministério da Saúde [em 2007] indicaram defasagens na tabela de remuneração do SUS e estimaram que havia 13 milhões de hipertensos que não estavam sendo tratados e acompanhados adequadamente e 4,5 milhões de diabéticos na mesma situação. Também foi destacado que: 25% da população portadora de doenças negligenciadas, como tuberculose, malária, hanseníase, entre outras, não teriam acesso regular ao sistema de saúde; 47% das gestantes não cumpririam o mínimo de sete consultas de pré-natal e 90 mil brasileiros com diagnóstico de câncer estabelecido fariam cirurgia e quimioterapia, mas não teriam acesso à radioterapia pela insuficiência de capacidade instalada. Além disso, é preciso considerar que o acesso da população brasileira aos serviços do SUS não se dá de modo uniforme, pois há desigualdades regionais", detalha o documento.

Os dados apontam ainda o Brasil na 143ª posição mundial em termos de gastos públicos com a saúde, situando-se no grupo de 25% de países em que o setor público gasta menos do que o privado. Para o presidente do Instituto de Direito Sanitário Aplicado (Idisa) e consultor do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) Nelson Rodrigues dos Santos, o relatório traça um diagnóstico importante dos obstáculos para o desenvolvimento do SUS. Para ele, são quatro os principais problemas. "O primeiro deles é o subfinanciamento, mas há outros três enormes, quase tão importantes quanto esse. Eles convivem porque um alimenta o outro. O segundo é o subsídio federal de recursos públicos federais para o mercado dos planos privados; o terceiro, que está muito atrelado ao subfinanciamento, é o impedimento de a Emenda Constitucional 29 financiar melhor o SUS; e o quarto e último obstáculo é o impedimento de haver uma reforma democrática e administrativa do Estado para ele poder gastar melhor o dinheiro", detalha.

Para combater o problema do subfinanciamento, o relatório fala na necessidade de garantir o aumento do financiamento por parte do governo federal. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), também presentes no relatório, em 1980, o montante do governo federal destinado à saúde representava 75% do total do gasto público com o setor, em 2010 essa porcentagem caiu para 44%. "Com isso, os estados e municípios, que aplicavam apenas 25% do total, tiveram que subir esse recurso e em 2010 passaram a arcar com 56%. Há um outro dado fundamental no relatório que é o do investimento per capita público em saúde, medido pela OMS. O Brasil tem um per capita público de 385 dólares por brasileiro ano, e a média dos países que têm bons sistemas públicos é de 2530 dólares por ano. Todos esses dados mostram que o governo insiste em retrair e subfinanciar o SUS durante os 21 anos de existência do Sistema", comenta Nelson. O relatório confirma a percepção do professor: "Os debates em nossas reuniões de trabalho sedimentaram a posição de que, salvo algumas exceções, o grande incremento nos gastos com a área da saúde vieram da vinculação orçamentária de Estados e Municípios. A União, nesse tocante, ficou a desejar".

O professor avalia que desde o surgimento do SUS o governo federal tenta impedir a regulamentação do próprio percentual que deve aplicar na saúde e que atualmente a conjuntura não é diferente. É justamente essa discussão que está em curso hoje no Senado, com a regulamentação da Emenda Constitucional 29. "A área econômica do Estado continua a mesma, sempre pressionando para só colocar os 10% da receita corrente bruta da União se houver a criação de novos impostos, o que, para nós, é uma posição atrasada, anti-social, de entrega da soberania nacional para a voracidade do sistema financeiro. Em 2010, 44,9% do orçamento da União foi para pagar juros da dívida pública, amortizações e refinanciamento da dívida. Lá em baixo estão os gastos com a saúde, com 3,4% do orçamento, a educação com 2,8%, a segurança pública com 0,5%, os transportes com 0,04%. Essa voracidade do sistema financeiro está estabelecendo uma ditadura na área econômica do Estado brasileiro nesses 20 anos O governo federal não vem tendo força, caiu de joelhos perante essa pressão, prejudicando tanto a área social, como também a área de infraestrutura do desenvolvimento", destaca. (Leia mais sobre a regulamentação da Emenda Constitucional 29 e o financiamento da saúde).

‘Beneficiômetro'

Para Elias Jorge, professor da Universidade Federal de Minas Gerais e especialista em financiamento da saúde, além da exigência de mais recursos para a área , é preciso ter clareza da necessidade de não fazer "mais do mesmo" com esse aporte financeiro. "O que eu chamo de diferente é a aplicação intensiva em atenção primária e atenção básica, o uso intensivo das teorias gerais da administração, de organização e métodos, dos instrumentais de economia da saúde no processo de gestão, a remuneração adequada dos profissionais da saúde, a profissionalização da gestão, ou seja, um conjunto de ações fundamentais para poder melhorar a essência do recurso utilizado e ao mesmo tempo trabalhar na direção de aumentar o recurso", explica.

O professor propõe uma nova ferramenta para ajudar nesse processo: o beneficiômetro. Ele explica: "a população precisa ter conhecimento regular e sistemático sobre o que é feito com o recurso que é arrecadado. Da mesma maneira que a Fiesp e associações comerciais mantêm o impostômetro para dizer que o Estado é caro, que é absurdo haver tantos impostos, nós, que defendemos uma sociedade solidária, precisamos explicitar o que é o fundamento da seguridade social, na qual, por interveniência do Estado, é extraído de cada um segundo a sua capacidade para oferecer a cada um segundo a sua necessidade. Então, da mesma maneira que fica a maquininha mostrando o quanto foi arrecadado de impostos, precisamos dizer quantas consultas são feitas por hora, quantos exames laboratoriais, quantas vacinas, quantas merendas escolares são fornecidas com o dinheiro dos impostos que são arrecadados da população, quantos pagamentos de salário, quantos auxílio-alimentação, quantas bolsa-família, quantos aposentadorias do setor público, quantas aposentadorias do setor privado. Ou seja, mostrar o que é feito com o dinheiro público arrecadado em cima desses cinco pilares - saúde, previdência, assistência social, trabalho e educação - da proteção social do Brasil".

Reforma democrática e administrativa do Estado

Para Nelson dos Santos, também é preciso "fazer diferente" com os recursos públicos, mas o professor defende que é necessário fazer uma reforma democrática e administrativa do Estado. "Desde que foi aprovada a Constituição, o movimento da reforma sanitária e todos os movimentos democráticos no Brasil pressionam para haver essa reforma para tornar o Estado mais eficiente na gestão e gerenciamento da prestação de serviços públicos. O Estado tem uma herança secular de ser extremamente burocratizado, lento, patrimonialista, com uma estrutura administrativa que não consegue gastar com eficiência e agilidade os recursos públicos na prestação de serviços públicos. Esse Estado requer uma reforma que está sendo devida para a sociedade", salienta.

Elias Jorge acredita que é possível trabalhar a estrutura administrativa já existente garantindo mais eficiência a alguns instrumentos de gestão. Ele exemplifica: "Poderíamos ter bancos de preço operantes para articular as compras, um catálogo de materiais, ou seja, o uso intensivo desses instrumentais com a estrutura que nós temos. Um banco de preços só tem sentido se ele for alimentado, se todos os compradores públicos o alimentarem, aí se passa a ter uma referência fantástica para aquisição de equipamentos, medicamentos, etc. Se existe um catálogo de material, só se pode fazer compra segundo aqueles itens que estiverem catalogados, que são rigorosamente informados. Outra iniciativa seria criar núcleos de economia da saúde para dar suporte à tomada de decisões, utilizar coisas que são antigas, de teoria geral de administração, de organização e método para funcionamento das estruturas, um conjunto de coisas que pode ser implementado com o que nós temos. Mas óbvio que para isso tem que ter política de pessoal, política salarial, ou seja, questões que compõem um todo de intervenção a ser feita", diz.

SUS longe de ser o SUS constitucional

O relatório propõe um retorno à origem do SUS para que sejam efetuadas as mudanças necessárias para garantir um sistema de saúde de fato universal e de qualidade. Para Nelson dos Santos, o país se afasta cada vez mais desse SUS constitucional. O professor comenta que essas dificuldades do Estado para gerir os serviços públicos, entre eles o SUS, é o que dá margem para propostas de privatização, como o estabelecimento de Organizações Sociais da Saúde (OSs) e a expansão cada vez maior da saúde privada. Ele chama essas propostas de mudança de gestão do modelo da saúde, como as OS e fundações de apoio, de "escapismos". "São verdadeiras válvulas de escape para favorecer entidades privadas que pressionam pela privatização dos SUS, para fazer de conta que os governos estão fazendo o SUS", afirma. "O próprio governo admite que é incompetente para gerenciar e que, como há um ente privado que é mais competente, entrega para um ente privado esse gerenciamento. Esse governo está abdicando até de ser governo. Com essa postura se vai cada vez mais longe do SUS constitucional", completa.

Elias Jorge reforça que os planos privados só existem no Brasil porque coexistem com um Sistema Universal como o SUS. "Esses sistemas suplementares sobreviveriam sem o SUS? Não, eles vivem do usufruto do SUS, só se viabilizam porque existe do lado o SUS fazendo uma série de ações pelas quais eles não respondem, por exemplo, as ações de saúde coletiva em geral, qualidade da água, dos alimentos, vigilância sanitária, ambiental, etc. Eles acabam sendo um fator permanente de sangria dos setor público, não só pela demanda dos seus segurados em cima do SUS, que é um direito legítimo que eles têm, mas pelas renúncias fiscais que tendem a ficar cada vez maiores", destaca.

O Ministério da Saúde foi procurado para comentar o relatório, mas respondeu, via assessoria de imprensa, que não teria disponibilidade para conceder uma entrevista nesse momento devido à realização da 14ª Conferência Nacional de Saúde (14ª CNS). O tema da Conferência é justamente a universalidade do sistema de saúde brasileiro - ‘Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social, Política Pública, Patrimônio do Povo Brasileiro' - sobre o qual Nelson dos Santos faz um alerta: "Nesses 20 anos do SUS, a universalidade caminhou para trás. Toda a classe média brasileira e os trabalhadores sindicalizados têm planos privados. Os dissídios entre empregados e empregadores nesses 21 anos colocam o plano privado com um dos primeiros pleitos. A totalidade dos trabalhadores públicos federais também está com planos privados, em parte subsidiados pelos recursos públicos federais. Então, a marcha da universalidade está no sentido contrário. O SUS está ficando só com os pobres que não têm condições de comprar plano privado, cerca de 75% da população. A verdadeira política do Estado nesses 21 anos do SUS é uma política de fazer um SUS pobre para os pobres, porque o mesmo Estado está subsidiando os plano privados e já empurrou a classe média e os trabalhadores para os planos privados. Não foi isso que a Constituição decidiu. Nos anos 80, a sociedade decidiu por um sistema público, universal e de qualidade para toda a sociedade".

Raquel Júnia
Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), Fiocruz
Adital

A beleza não é só para os ricos



Florianópolis é uma cidade que vive da beleza. Esse é o principal "produto” que seus governantes põem à venda para atrair milhares de turistas em todas as temporadas de verão. Não é sem razão que ano após ano as gentes veem subir dezenas de prédios e hotéis, destinados a abrigar aqueles que vêm para a ilha em busca da beleza. E assim, tal qual Hípias na Grécia antiga, os agentes de turismo vendem a beleza de Florianópolis como coisa. "A praia bela, a areia bela, a paisagem bela, a comida bela”. Mas, quem nasceu aqui ou os que aprenderam a amar a cidade como um espaço onde se vive a vida cotidiana, a beleza tem outro sentido. Não é coisa, é ser. Assim, para esses, o que é belo não é a praia, a areia, a paisagem ou a comida, mas sim a ideia que comunica o caráter das coisas. E se beleza é ideia, não pode ser objetivada, nem vendida.

Ainda assim, o que acontece é que os que amam a cidade precisam conviver/com e batalhar contra com os vendilhões capitalistas, os que apenas enxergam a coisa a ser vendida, sem se preocupar com aqueles que vivem e sofrem a cidade no dia-a-dia. Vai daí que aparecem os conflitos.

Um deles acontece bem agora, nesses dias de quase verão. De novo, os vendilhões decidiram atacar mais um espaço de beleza da cidade, transformá-lo em coisa e vendê-lo aos que também só conseguem conceber a beleza como um objeto. A ponta do Coral. Esse lugar é uma pequena ponta de terra que avança sobre a Baia da Beira Mar, isolada da cidade pela via-expressa e os arranha-céus. Ali, desde os anos 80, os movimentos sociais, estudantes e militantes de toda a ordem vêm lutando para que seja construído um parque e um espaço de atividades culturais. Ou seja, é a proposta da beleza democratizada, entregue a toda cidade. Uma coisa muito justa uma vez que o aterro da Baia é hoje o espaço de moradia da classe alta, que acabou privatizando a vista, a terra e tudo mais.

Pois não satisfeitas com isso, agora as forças do capital querem se apropriar da Ponta do Coral, lugar que historicamente pertenceu aos pescadores, às gentes simples da cidade. O projeto das empreiteiras – tendo a frente a empresa Hantei, é fazer um aterro, descaracterizando completamente o lugar, e construir ali uma marina para que os iates e barcos de turismo possam atracar. Também propõem, no lugar do centro cultural público – como é desejo dos movimentos – construir um hotel de luxo. Será o Parque Marina Hotel.

Hoje a Ponta do Coral é espaço conflagrado, uma vez que a cidade luta há décadas para que aqueles 14 mil metros quadrados, onde vive uma fauna exuberante (garça-branca, biguá, baiacu, garça-azul, socó-dorminhoco, bem-te-vi, quero-quero) possa ser utilizado pela comunidade, de forma livre e democrática. Ninguém aceita a conversa de que aquela é uma área privada e que, portanto, o dono pode fazer o que quiser. Não é assim. A propriedade também deve cumprir uma função pública.

A Ponta do Coral, por ser um terreno à beira-mar, deveria ser terreno de marinha, embora conste em documentos que o dono é Realdo Guglielme, empresário de Criciúma. No passado esse terreno pertenceu a Standart Oil Company que ali tinha um depósito, o qual as entidades queriam ver tombado para a concretização da proposta de um casarão cultural. Com a construção do aterro da Beira Mar (nos anos 80), o Estado acabou comprando o lugar e, depois, com a via expressa concluída, a ponta ficou afastada do resto da cidade e foi vendida outra vez. Mas, a população queria preservar o lugar como área verde e fez um grande movimento. Tudo isso foi em vão. A Ponta do Coral seguiu em mãos privadas e logo já apareceu o projeto da construção de um hotel. Houve manifestações, protestos, luta, mas, como quem manda na cidade é o dinheiro, em 1998 Guglielme conseguiu derrubar o prédio da Standart Oil e frustrar uma luta de anos. Ainda assim, os movimentos sociais seguiram lutando e inviabilizando a construção do hotel.

Agora, a queda de braço é com a construtora Hantei, contratada para levar adiante a proposta do hotel e da marina. A Ponta do Coral, velho espaço de pescadores e área de lazer do povo da Agronômica é coisa vendável, é paisagem/objeto, é privilégio para poucos. Na cidade, os movimentos que se levantam contra o empreendimento são tratados como os "inimigos do progresso” ou os "do contra”, como é comum aos capachos do poder tentar ridicularizar e diminuir aqueles que pensam no bem público. O fato é que o "progresso” que a marina e o hotel se propõem a trazer não será para todos. Apenas os donos do empreendimento se encherão de dinheiro com a proposta. O que as empresas envolvidas no processo dizem é que o povo de Florianópolis vai ganhar porque haverá muitos empregos. Outra bobagem. Os empregos que um empreendimento como esse geram podem ser gerados em outros lugares e o serão, uma vez que a vocação da ilha é o turismo. Assim, a vida de nenhuma pessoa será inviabilizada se o projeto não vingar. Pelo contrário. Com um parque cultural, toda a gente da cidade poderá se favorecer e desfrutar de qualidade de vida.

A compra das consciências e as ilegalidades

Como sempre acontece em situações como essas, a empresa construtora iniciou um trabalho de compra de consciências. Contando (ou comprando?) com o apoio de grandes empresas de comunicação a empresa fez um agressivo trabalho de relações públicas, afirmando que a Ponta do Coral não será um espaço privado. Será construído o hotel de luxo e a marina, mas o povo poderá desfrutar de uma série de equipamentos públicos como pracinha para crianças, anfiteatro e praça. O que a empresa não diz é que esse espaço público ficará de cara para a rua, ou seja, completamente desprovido da beleza do lugar. As pessoas terão um lugar, mas ele será de segunda categoria. A beleza da ponta ficará de uso exclusivo dos turistas, hóspedes e navegadores. Para os empresários da construção "a plebe” deve ficar satisfeita com esse acordo e pegar o que pode.

Não bastasse esse engodo de "espaço público”, a empresa ainda anda pela comunidade espalhando a promessa de emprego, o que não deixa de ser algo tremendamente cruel, uma vez que é óbvio que não haverá empregos para todos, e os oferecidos não passarão dos cargos de arrumadeira, garçom ou, quem sabe, de atracadores de barco. E, as gentes, premidas pelas necessidades da vida, acabam embarcando nessa conversa furada.

Isso ficou patente na última audiência pública que aconteceu no dia 22 de novembro, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. A Hantei, buscando criar falsa uma empatia junto aos deputados convocou moradores da Agronômica, empregados da construtora e até das imobiliárias para se manifestarem favoravelmente ao projeto. E o povo lotou a sala. Mas, para surpresa de todos, três horas depois do início da audiência foi descoberta a razão de tanta gente. A maioria havia recebido dinheiro para comparecer. As mulheres levaram 15 reais e os homens 20. Boa parte das pessoas não sabia absolutamente nada do que estava acontecendo ali, apenas seguiam as instruções para bater palma ou se manifestar quando alguém mandasse. Tiveram até direito a um lanche. O blogueiro Mosquito conseguiu a gravação da fala de um grupo de mulheres e denunciou a trama.

A audiência acabou sendo uma rica experiência de desvendamento de máscaras, como bem lembra Loureci Ribeiro, um dos estudantes que participou dos primeiros atos em defesa da Ponta do Coral e que, hoje, como arquiteto, segue defendendo a proposta comunitária. Poucos políticos da cidade compareceram (nenhum vereador), mostrando o quão pouco se importam com os assuntos da comunidade. E o que se viu foi o claro conluio que existe entre os grandes empreendimentos, a mídia, a administração municipal e os órgãos ambientais para o loteamento geral da cidade e da beleza.

Além dos movimentos sociais que historicamente tem lutado contra o projeto de privatização da beleza da Ponta do Coral, apenas a voz solitária da representante do Ministério do Planejamento, Isolde Espíndola, se fez ouvir, dizendo que a lei 180/2005 – que doa 12 mil metros de terra para a Hantei e permite o aterro de mais 30 mil – é ilegal e precisa ser anulada. "A área onde será feita o aterro é federal. A câmara de vereadores não tem ingerência. Essa é uma lei ilegal”. Mas, ainda assim, foi ignorada.

Enfim, a audiência cumpriu seu papel, expôs as feridas, as ilegalidades, as irresponsabilidades e os desejos obscuros das empreiteiras e dos maus políticos. Agora, é hora de a cidade se posicionar. Mas, essa posição precisa ser precedida do conhecimento. Ninguém pode acusar os movimentos sociais de ser "do contra”, sem saber antes contra o quê eles estão.

Nesse caso, os militantes sociais estão contra a apropriação indevida da beleza da Ponta do Coral por um pequeno grupo de empresários. O que os movimentos sociais querem é que aquele seja um lugar de todos, com todo o seu esplendor de flora e fauna, e não apenas uma praça perdida no meio do asfalto. A Ponta do Coral é um pequeno trecho de terra que avança na baia e que condensa uma vida rica e farta. É um lugar de beleza, de simplicidade, de ternura. É um vestígio isolado da velha cidade que foi cedendo passo aos arranha-céus, ao asfalto, aos espaços privados e elitizados. E por isso mesmo deve ser preservada como um patrimônio das gentes, de todos.

Agora, a luta segue, e precisa se encarnar na vida de todas as pessoas que amam de verdade essa cidade "perdida no mar”. Todo o esforço deve ser empreendido para a anulação da lei que entrega a ponta para a Hantei. E lá, naquele ínfimo espaço de pura beleza deve nascer o Parque há tanto tempo sonhado. Porque é direito do povo desfrutar da beleza que essa ilha tem. E que venham muito mais daqueles que são contra o progresso dos bandidos/grileiros do mar e da beleza.



Elaine Tavares
Jornalista
Adital