quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Jornada Internacional contra a Escravidão


Sergio Ferrari
Colaborador de Adital na Suiça. Colaboração E-CHANGER
Adital
Sergio Ferrari, desde Naciones Unidas, Ginebra
Tradução: ADITAL
Todos os anos, o dia 23 de agosto, a ONU comemora a jornada internacional de recordação da trata de escravos e sua abolição.

Jovem africano do Senegal. Foto Sergio Ferrari

"Rendendo homenagem às mulheres e homens que combateram esse sistema de opressão, a Unesco deseja estimular a reflexão sobre essa tragédia que imprimiu sua marca no mundo atual”. Esse é o conteúdo principal da mensagem de Irina Bokova, diretora geral da Unesco.
A diretora da Unesco ressalta também que "o combate a favor da abolição da escravidão, que influiu profundamente sobre os movimentos de direitos humanos, marcou também nosso mundo contemporâneo”.
A trata de escravos vigente entre os séculos VI e XX arrancou milhões de africanos de suas terras de origem, para deportá-los a outras regiões do mundo. A América foi profundamente marcada por esse fenômeno, que esteve presente em uma boa parte de sua geografia desde o Norte até o Sul, passado pela América Central e pelo Caribe.

Ilha de Goree, no Senegal, principal centro de deportação de escravos na Colônia.
Foto: Sergio Ferrari

E foi em dito continente que, no dia 23 de agosto de 1791, na ilha de Santo Domingo (hoje Haiti e República Dominicana), a insurreição que teria um impacto decisivo para contrapor e acabar com a escravidão.
Em honra a esse movimento popular, o mundo inteiro recorda esse flagelo social e comemora as rebeliões que aconteceram para aboli-lo.
Escravidão que, tal como denunciam atores sociais do Sul e ONGs do Norte, continua vigente por meio de diferentes formas e maneiras mais sutis, em diversas regiões do mundo. Em particular, através de situações deploráveis de trabalho e vida de muitos camponeses e trabalhadores rurais.
Daí a transcendência do amplo encontro de uma semana, concluído ontem (22 de agosto de 2012), em Brasília, e que reuniu a centenas de representantes de umas quarenta organizações sindicais, não governamentais e movimentos sociais, entre os quais o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Vía Campesina do Brasil.
"Encontro Unitário de Trabalhadores/as e Povos do Campo, das Águas e das Selvas”ratifica sua aposta em uma verdadeira reforma agrária, pela soberania alimentar, pela agroecologia, pela soberania energética, pela educação e pela democratização dos meios de comunicação, entre outras reivindicações. Convocando, também, para uma aliança ampla de todos os setores rurais, indígenas, povos negros etc., para promover essas bandeiras e desafios.
Um grito ativo e mobilizado contra, entre outros flagelos, a escravidão moderna em suas mais diversas e variadas manifestações.

0 comentários: