Natasha Pitts
Jornalista da Adital
Adital
Na última sexta-feira (10), o Observatório Nacional sobre Violência e Criminalidade do Ministério do Interior (MI) divulgou os novos números sobre violência doméstica, referentes ao primeiro semestre deste ano no Uruguai. As cifras não são das mais animadoras já que os homicídios e as denúncias sobre o crime cresceram se comparadas aos casos do primeiro semestre de 2011.
Todos os principais delitos contra a pessoa, sem exceção, apresentaram cifras mais altas do que nos anos de 2010 e 2011. Os homicídios pularam de 125 (2010), para 104 (2011) e neste ano para 163. As lesões saltaram de 4.903 (2010) para 4.845 (2011) para neste ano subirem para 5.212 apenas de janeiro a julho.
A mesma tendência de aumento foi notada nos casos de violação que passaram de 132 (2010), para 136 no ano passado e chegaram a 162 neste ano. Os casos de violência doméstica também chamaram atenção. Em 2010 foram registradas 9.084 denúncias; já em 2011 este número se elevou para 9.325; e em 2012 chegou-se a 12.004 casos, sendo uma média de 66 denúncias diárias.
A violência doméstica é motivo de grande preocupação, pois a agressão física ou verbal muitas vezes termina com as vítimas assassinadas por seus parceiros ou com estes mortos em legítima defesa. Até julho, 19 pessoas foram assassinadas por este motivo. Do total, 17 das vítimas eram mulheres e crianças.
Convocatória
Pouco depois da divulgação dos dados do Observatório Nacional sobre Violência e Criminalidade, organizações feministas uruguaias já estavam se mobilizando para chamar atenção para a violência doméstica. Na sexta-feira (10), às 17h, foram realizadas manifestações em várias praças públicas do país, para se exigir que não aconteça "nem uma morte mais”.
A convocatória pela vida e contra a violência doméstica, realizada por organizações como a Bancada Bicameral Feminina, também foi motivada pelo triplo assassinato ocorrido na segunda-feira, dia 6, em El Pilar, departamento uruguaio de Canelones.
Um homem de 44 anos assassinou sua esposa de 39 anos, de quem estava se separando, sua sogra, uma idosa de 69 anos e seu filho de 1 ano e 2 meses, todos vitimados por arma branca. O empresário foi encontrado pouco tempo depois do crime e já está preso.
Da mesma forma, a Rede de Mulheres Políticas, a Rede Uruguaia Contra a Violência Doméstica e Sexual e o Coletivo Mulheres de Negro também manifestaram todo repudio e dor ante o assassinato das mulheres e da criança. "Repudiamos as mortes que aconteceram e reclamamos a efetividade do sistema e as garantias necessárias para proteger a vida das mulheres e das crianças”, reclamaram.
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