A Rede Um Grito pela Vida de Fortaleza promoverá nos próximos dias 21 de abril e 5 de maio, o 3º Curso de Formação de Multiplicadores para Prevenção ao Tráfico de Seres Humanos (TSH). A atividade será realizada na Casa das Irmãs do Bom Pastor, no Bairro Jacarecanga, das 8h30 às 17h, na capital cearense.
As vagas para o curso são prioritárias aos jovens, profissionais atuantes na área de tráfico de pessoa e líderes comunitários. No entanto, também podem se candidatar pessoas interessadas em trabalhar com TSH. Para isso, os/as interessados/as deverão enviar alguns dados, como nome completo, data de nascimento, RG, contato telefônico, endereço virtual e a profissão para o emailredeumgritopelavidafort@yahoo.com.br. Será cobrada uma taxa simbólica de R$5,00.
O curso será dividido em duas etapas. A primeira será no dia 21 de abril e contará com a participação do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETP) do estado do Ceará; da Dra. Andréa Costa, ex-coordenadora do NETP, professora universitária e pesquisadora na área de tráfico de seres humanos, e das Irmãs da Rede no âmbito local e nacional. Esta etapa se ocupará da definição de conceitos do TSH, aprofundamento do tema e promoção de ações preventivas entre os grupos de risco. Na segunda e última etapa, no dia 5 de maio, estará presente o advogado Renato Roseno, que explicará as leis, o contexto - nacional e internacional -, assim como as causas do tráfico de pessoas.
Em entrevista a Adital, a Irmã Gabriella Bottani, da Rede, explicou que entre os objetivos do curso estão a motivação e a formação de multiplicadores sensíveis a trabalhar com prevenção e sensibilização da causa nas comunidades.
Bottani lamenta o frequente desconhecimento de um assunto que, cada vez, mais se mostra mais sério e crescente em todo o mundo. "É um problema grande trabalhar com algo que não é muito visível. O tráfico de pessoas não é um assunto que tem dados muito acessíveis e comentados, como o tráfico de drogas. Infelizmente, são valores culturais que vêm sendo adotados pelas pessoas, como o preconceito diante dos grupos de risco. Um exemplo disso são as prostitutas e os travestis, inseridos no contexto do tráfico de exploração sexual. O fato da pouca visibilidade e da ignorância ao fato dificulta muito o trabalho não somente da Rede, mas de muitas entidades engajadas pela causa", afirmou.
Fazendo um balanço dos cursos realizados anteriormente, a Irmã disse que foram obtidos muitos resultados. Entre eles, a formação de grupos no Dendê, no Pecém e em Fortaleza. "As pessoas desses grupos começaram na Rede e vêm trabalhando no combate ao Tráfico de Pessoas", complementou.
A respeito da realidade de Fortaleza no que se refere ao TSH, a Irmã respondeu que a cidade está inserida num contexto onde o tráfico de exploração sexual se expressa com mais força e se apresenta de formas diferentes no interior e na capital. Como Fortaleza sediará a Copa das Confederações de 2013 e a Copa do Mundo em 2014, o tráfico de pessoas poderá se favorecer e se intensificar. "Portanto, devemos nos apressar em evitar esse favorecimento, promovendo a prevenção e a sensibilização contra esse tipo de tráfico que é tão prejudicial quanto os outros", concluiu.
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