sábado, 20 de abril de 2013

Chefes de Estado e delegações de dezenas de países assistem cerimônia de posse do presidente Nicolás Maduro

Delegações diplomáticas de mais de 50 países, incluindo 33 nações da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e 12 Estados parte da União das Nações sul-americanas (Unasul), confirmaram presença na cerimônia de posse de Nicolás Maduro, como presidente constitucional da Venezuela, nesta sexta-feira ultima (19), na Assembleia Nacional, em Caracas. A cerimônia está prevista para acontecer às 13h horário local (17h30 GMT).
Jorge Arreaza, vice-presidente executivo do país, também confirmou a presença de 17 chefes de Estado e de Governo, entre eles oito presidentes dos países da Unasul. Os governantes que encabeçam as delegações são da Argentina, Brasil, Equador, Nicarágua, Bolívia, Uruguai, Honduras, República Dominicana, San Vicente e Granadinas, Dominica, Haiti, Irã, Arábia Saudita, Qatar, China e Palestina. À cerimônia assistirão ainda líderes da Europa, Ásia, África e Oriente Médio, destacando o mandatário iraniano, Mahmud Ahmadinejad.
Depois do juramento, será realizado um desfile cívico-militar em Caracas para comemorar o 203º aniversário de 18 de abril de 1810, data na qual os venezuelanos deram o primeiro passo para sua independência. De acordo com anúncio do governo, também são esperadas concentrações populares nos arredores do Palácio Federal Legislativo no centro de Caracas.
Eleição presidencial pós Chávez
No último domingo (14) Nicolás Maduro, indicado como sucessor de Hugo Chávez – morto em 5 de março vítima de câncer -, venceu a eleição presidencial com estreita margem de vantagem, 50,78%, sobre Henrique Capriles quem obteve 48,95% dos votos. Devido à pequena diferença, o oposicionista Capriles se negou a reconhecer a vitória do chavista Maduro, e pediu a recontagem dos votos, alegando fraude. No entanto, observadores internacionais, entre eles a União Europeia e Unasul, que acompanharam o processo de votação na Venezuela, confirmaram que houve transparência nos procedimentos, descartando qualquer possibilidade de erros.
Apesar de a maioria da população venezuelana apoiar a Revolução Bolivariana e o governo socialista iniciado por Hugo Chávez há 14 anos, o país se encontra ‘polarizado’, o que facilitou o clima de tensão com o resultado da eleição presidencial. Diante deste cenário, vários países e organismos internacionais declararam seu respaldo e o reconhecimento à vitória de Nicolás Maduro, como parte de um processo democrático na Venezuela.
Ontem (18), mandatários dos países integrantes da Unasul participaram de uma reunião extraordinária em Lima, no Peru, onde analisaram a situação e, de forma unânime, deram seu respaldo à eleição de Maduro. Na cúpula de emergência encabeçada por Ollanta Humala, presidente do Peru, a Unasul também apoiou a recente decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela de auditar os 46% restantes das urnas, que ainda não foram auditadas. A legislação venezuelana determina que após cada processo eleitoral seja feita auditoria de 54% das mesas eleitorais.
Por sua vez, Nicolás Maduro, que concorda com a recontagem dos votos, agradeceu o apoio dos governos, da Unasul, do Movimento de Países não Alienados (Mnoal), organização formada por 120 nações, e da Organização de Estados Americanos (OEA).
Nicolás Maduro: ‘Não sou Chávez, mas sou seu filho’
Nicolás Maduro Moros nasceu em 23 de novembro de 1962 em Caracas, foi condutor de metrô e iniciou sua vida pública como dirigente sindical de sua categoria. Acompanhou o revolucionário Hugo Chávez Frías desde a tentativa de golpe em 1992 e desde então se manteve fiel ao lado do líder bolivariano, sendo o político de confiança e mais próximo de Chávez durante toda sua vida política.
De 1999 a 2006, Maduro foi deputado e presidente da Assembleia Nacional. Em seguida, de 2006 a 2012, exerceu a função de ministro de Relações Exteriores da Venezuela. Com o agravamento da saúde de Hugo Chávez, quem enfrentava um tratamento contra o câncer desde 2011, Nicolás Maduro chegou ao cargo de vice-presidente do país em 2012/2013, assumindo a função de presidente interino do país nos primeiros meses de 2013 quando Chávez se ausentou do poder para realizar cirurgias em Cuba, na fase mais crítica do tratamento, que acabou com sua morte em 5 de março.
Em 14 de abril, pouco mais de um mês da morte de Hugo Chávez, e depois de 10 dias de campanha eleitoral, Maduro foi eleito como presidente do país. Segundo especialistas, o atual presidente eleito terá como principais desafios lidar com a uma sociedade polarizada, com os problemas econômicos do país e com a questão da insegurança.

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