Entre os anos de 2002 e 2010, em todo o Estado do Ceará, a quantidade de negros assassinados cresceu 143 %
Em Fortaleza, o número de homicídios de negros é 5,9 vezes maior do que o de pessoas brancas. Somente no ano de 2010, foram assassinados 670 negros, na Capital. Nesse mesmo período, 113 brancos perderam a vida. Os dados foram revelados pelo "Mapa da Violência 2012: A Cor dos Homicídios no Brasil", divulgado pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).
O estudo é uma realização do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) e a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flasco) em conjunto com a Seppir. Esse é o 20º relatório, porém é o primeiro com recorte racial. As informações que basearam o estudo foram retiradas dos censos demográficos, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e também do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM).
Em relação ao número de assassinatos de negros, Fortaleza fica em quarto lugar entre as capitais do Nordeste. Estão na frente Salvador, que teve 1.659 homicídios; Recife, com 792, e Maceió ficou em terceiro, ao contabilizar 774 mortes.
Fortaleza tem 43,9 negros assassinados para cada 100 mil habitantes desta cor. Essa é a sétima maior taxa entre as capitais do Nordeste, ficando à frente apenas de Teresina.
Entre os anos de 2002 e 2010, em todo o Estado do Ceará, a quantidade de negros assassinados cresceu 143 %. Barbalha é o município cearense com maior taxa de homicídio desta população no Estado, com 101,4 negros mortos para cada grupo de 100 mil negros.
Para o coordenador municipal do Movimento Negro Unificado (MNU), Paulo Sérgio Lisboa Cavalcante, os números demonstrados pela pesquisa não são uma novidade. "Essa diferença no número de homicídios entre negros e brancos é algo histórico. Os negros são vistos com preconceito devido a resquícios ainda da época da escravidão", comentou.
Ele acredita que, para mudar essa situação, é necessário que a história dos negros seja contada nas escolas. "Se os negros não tiverem conhecimento e consciência para se valorizar, vão continuar com uma baixa auto estima", explicou.
Segundo o titular da Coordenadoria de Políticas da Promoção da Igualdade Racial do Município de Fortaleza (Coppir), Luiz Bernardo, desde a abolição da escravidão, os negros ficaram sem espaço para trabalho, escola e socialização. "Esse é um problema que acontece em todas as cidades brasileiras", afirmou.
Bernardo explicou que as políticas afirmativas, que promovem uma agenda racial, e a política de economia do negro podem ajudar a modificar a situação atual. "É importante mostrar que eles também têm o poder de compra. Com isso, os negros melhoram a sua condição de vida, e isso pode amenizar a violência".
THIAGO ROCHAREPÓRTER
Fonte: Diário do Nordeste
Em Fortaleza, o número de homicídios de negros é 5,9 vezes maior do que o de pessoas brancas. Somente no ano de 2010, foram assassinados 670 negros, na Capital. Nesse mesmo período, 113 brancos perderam a vida. Os dados foram revelados pelo "Mapa da Violência 2012: A Cor dos Homicídios no Brasil", divulgado pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).
O estudo é uma realização do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) e a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flasco) em conjunto com a Seppir. Esse é o 20º relatório, porém é o primeiro com recorte racial. As informações que basearam o estudo foram retiradas dos censos demográficos, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e também do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM).
Em relação ao número de assassinatos de negros, Fortaleza fica em quarto lugar entre as capitais do Nordeste. Estão na frente Salvador, que teve 1.659 homicídios; Recife, com 792, e Maceió ficou em terceiro, ao contabilizar 774 mortes.
Fortaleza tem 43,9 negros assassinados para cada 100 mil habitantes desta cor. Essa é a sétima maior taxa entre as capitais do Nordeste, ficando à frente apenas de Teresina.
Entre os anos de 2002 e 2010, em todo o Estado do Ceará, a quantidade de negros assassinados cresceu 143 %. Barbalha é o município cearense com maior taxa de homicídio desta população no Estado, com 101,4 negros mortos para cada grupo de 100 mil negros.
Para o coordenador municipal do Movimento Negro Unificado (MNU), Paulo Sérgio Lisboa Cavalcante, os números demonstrados pela pesquisa não são uma novidade. "Essa diferença no número de homicídios entre negros e brancos é algo histórico. Os negros são vistos com preconceito devido a resquícios ainda da época da escravidão", comentou.
Ele acredita que, para mudar essa situação, é necessário que a história dos negros seja contada nas escolas. "Se os negros não tiverem conhecimento e consciência para se valorizar, vão continuar com uma baixa auto estima", explicou.
Segundo o titular da Coordenadoria de Políticas da Promoção da Igualdade Racial do Município de Fortaleza (Coppir), Luiz Bernardo, desde a abolição da escravidão, os negros ficaram sem espaço para trabalho, escola e socialização. "Esse é um problema que acontece em todas as cidades brasileiras", afirmou.
Bernardo explicou que as políticas afirmativas, que promovem uma agenda racial, e a política de economia do negro podem ajudar a modificar a situação atual. "É importante mostrar que eles também têm o poder de compra. Com isso, os negros melhoram a sua condição de vida, e isso pode amenizar a violência".
THIAGO ROCHAREPÓRTER
Fonte: Diário do Nordeste
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